

Denilson Baniwa
Frontera
Como pensar a migração e o forasteiro num território onde a família sobrepõe as linhas imaginárias das fronteiras políticas, nas bordas entre os estados do Brasil, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Peru e Guiana, em que existem famílias indígenas que não participam da divisão política-economia das fronteiras, o trânsito é livre e a conexão é baseada na cultura de cada povo? Com a crise da Venezuela, vários indígenas receberam apoio dos grupos aos quais pertencem, porém o Brasil não entende essa lógica social. Neste cenário, tenho conversado com artistas indigenas para contrapor uma existência de fronteiras onde o estrangeiro não é o "indígena venezuelano", o estrangeiro é o Estado.
Denilson Baniwa, nasceu em Mariuá, Rio Negro, Amazonas. É artista visual e comunicador. Desenvolve, a partir do Movimento Indígena Amazônico e do trânsito pelo universo não-indígena, seus processos artísticos e sociais.
Ao reunir o artista indígena Denilson Baniwa e os quilombolas Nego Bispo e Ana Mumbuca, propomos a reflexão sobre o trânsito entre suas atuações, pesquisas e obras na luta contra o genocídio e no fortalecimento, por meio da arte, de ações políticas de reafirmação da existência.